LEI No 7.798, DE 10 DE JULHO DE 1989
DOU 11/07/1989
Altera a legislação do Imposto sobre Produtos
Industrializados - IPI e dá outras providências.
Faço saber que o
Presidente da República adotou a Medida Provisória nº 69, de
1989, que o Congresso Nacional aprovou, e eu Nelson Carneiro, Presidente do
Senado Federal, para os feitos do disposto no parágrafo único do art. 62 da
Constituição Federal, promulgo a seguinte Lei:
Art. 1º. Os produtos
relacionados no Anexo I desta Lei estarão sujeitos, por unidade, ao Imposto
sobre Produtos Industrializados - IPI fixado em Bônus do Tesouro Nacional -
BTN, conforme as classe constantes do Anexo II.
§ 1º A conversão do
valor do imposto, em cruzados novos, será feita com base no valor do BTN
vigente no mês do fato gerador.
§ 2º O Poder
Executivo, tendo em vista o comportamento do mercado na comercialização do
produto, poderá:
a) aumentar, até sessenta por cento, a quantidade de
BTN estabelecida para cada classe. (Redação dada pela Lei nº 8.133, de 1990)
b) excluir ou incluir outros produtos no regime tributário de que
trata este artigo;
c) manter, temporariamente, o valor do imposto, ainda que
alterado o valor do BTN;
d) estabelecer que o enquadramento do produto ou de grupo de
produtos se dê sob classe única.
§ 3º. Para os
produtos cujos preços de venda estejam sob o controle de órgão do Poder
Executivo, a conversão do valor do imposto em cruzados novos, após o seu
enquadramento na forma desta Lei, será feita com base no valor do BTN na data
de início de vigência do reajuste do preço de venda.
Art. 2º. O enquadramento
do produto na classe será feito pelo Ministro da Fazenda, com base no que
resultaria da aplicação da alíquota a que o produto estiver sujeito na Tabela
de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI, sobre o valor
tributável.
§ 1º. Para efeito
deste artigo, o valor tributável é o preço normal da operação de venda, sem
descontos ou abatimentos, para terceiros não interdependentes ou para
coligadas, controladas ou controladoras (Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
1976, art. 243, §§ 1º e 2º) ou interligadas (Decreto-Lei nº 1.950, de 14 de
julho de 1982, art. 10, § 2º).
§ 2º. O contribuinte
informará ao Ministro da Fazenda as características de fabricação e os preços
de venda, por espécie e marca do produto e por capacidade do recipiente.
§ 3º. O contribuinte
que não prestar as informações, ou que prestá-las de forma incompleta ou com
incorreções, terá o seu produto enquadrado ou reenquadrado
de ofício, sendo devida a diferença de imposto, acrescida dos encargos legais.
§ 4º Feito o
enquadramento inicial, este poderá ser alterado, observados os limites
constantes do Anexo I.
Art. 3º O Poder
Executivo poderá, em relação a outros produtos dos capítulos 21 e 22 da TIPI,
aprovada pelo Decreto nº 97.410, de 23 de dezembro de 1988, estabelecer classes
de valores correspondentes ao IPI a ser pago.
§ 1º. Os valores de
cada classe deverão corresponder ao que resultaria da aplicação da alíquota a
que o produto estiver sujeito na TIPI, sobre o valor tributável numa operação
normal de venda.
§ 2º. As classes
serão estabelecidas tendo em vista a espécie do produto, capacidade e natureza
do recipiente.
§ 3º. Para efeitos de
classificação dos produtos nos termos de que trata este artigo, não haverá
distinção entre os da mesma espécie, com a mesma capacidade e natureza do
recipiente.
§ 4º. Os valores
estabelecidos para cada classe serão reajustados automaticamente nos mesmos
índices do BTN ou, tratando-se de produtos de preço de venda controlado por
órgão do Poder Executivo, nos mesmos índices e na mesma data de vigência do
reajuste.
§ 5° O Poder Executivo, sempre que, em face do comportamento do mercado na
comercialização do produto, julgar necessário, poderá: (Incluído pela Lei nº
8.133, de 1990)
a) aumentar, até sessenta por
cento, os valores de cada classe, reajustados na forma do parágrafo anterior;
(Incluído pela Lei nº 8.133, de 1990)
b) manter, temporariamente, o
valor do imposto, ainda que alterado o do BTN. (Incluído pela Lei nº 8.133, de
1990)
Art .
4º. Os produtos
sujeitos aos regimes de que trata esta Lei pagarão o imposto uma única vez,
ressalvado o disposto no § 1º: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2158-35, de 2001)
a) os nacionais, na saída do estabelecimento industrial ou do
estabelecimento
b) os
estrangeiros, por ocasião do desembaraço aduaneiro.
§ 1º Quando a industrialização se der por encomenda, o imposto será devido na saída
do produto: (Incluído pela Medida Provisória nº 2158-35, de 2001)
I - do estabelecimento que
o industrializar; e (Incluído pela Medida Provisória nº2158-35, de 2001)
II - do estabelecimento encomendante,
se industrial ou equiparado a industrial, que poderá creditar-se do imposto
cobrado conforme o inciso I. (Incluído pela Medida Provisória nº 2158-35, de 2001)
§ 2º Na hipótese de industrialização por encomenda, o encomendante
responde solidariamente com o estabelecimento industrial pelo cumprimento da
obrigação principal e acréscimos legais. (Incluído pela Medida Provisória nº 2158-35, de 2001)
§ 3º Sujeita-se ao pagamento do imposto, na condição de responsável, o
estabelecimento comercial atacadista que possuir ou mantiver produtos
desacompanhados da documentação comprobatória de sua procedência, ou que deles
der saída. (Incluído pela Medida Provisória nº 2158-35, de 2001)
Art. 5º. Os regimes
previstos nesta Lei não prejudicam o direito de crédito do IPI, observadas as
normas da legislação específica.
Art. 6º. Os produtos que
vierem ser excluídos dos tratamentos previstos nesta lei passarão a sujeitar-se
à base de cálculo que lhe é atribuída nas regras gerais da legislação do
imposto e à alíquota prevista na TIPI.
Art. 7º. Equiparam-se a
estabelecimento industrial os estabelecimentos atacadistas que adquirirem os
produtos relacionados no Anexo III, de estabelecimentos industriais ou dos
seguintes estabelecimentos equiparados a industrial:
I - estabelecimentos importadores de
produtos de procedência estrangeira;
II - filiais e demais estabelecimentos que exerçam o comércio de produtos importados
ou industrializados por outro estabelecimento da mesma firma;
III - estabelecimentos comerciais de produtos cuja
industrialização haja sido realizada por outro estabelecimento da mesma firma
ou de terceiros, mediante a remessa, por eles efetuadas, de matérias-primas,
produtos intermediários, embalagens, recipientes, moldes, matrizes ou modelos;
e
IV - estabelecimentos comerciais de
produtos do capítulo 22 da TIPI, cuja industrialização tenha sido encomendada a
estabelecimento industrial, sob marca ou nome de fantasia de propriedade do encomendante, de terceiro ou do próprio executor da
encomenda.
§ 1º. O disposto
neste artigo aplica-se nas hipóteses em que adquirente e remetente sejam
empresas interdependentes, controladoras, controladas ou coligadas (Lei nº
6.404, art. 243, §§ 1º e 2º) ou
interligadas (Decreto-Lei nº. 1.950, art. 10,
§ 2º).
§ 2º. O regime
previsto neste artigo será aplicado a partir de 1º. de julho de 1989.
Art. 8º. Para fins do
disposto no artigo anterior, fica o Poder Executivo autorizado a excluir
produto ou grupo de produtos cuja permanência se torne irrelevante para
arrecadação do imposto, ou a incluir outros cuja alíquota seja igual ou
superior a quinze por cento.
Art. 9º. O item I do art. 42 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de
1964, passa a vigorar com a seguinte redação:
"I
- quando uma delas tiver participação
na outra de quinze por cento ou mais do capital social, por si, seus sócios ou
acionistas, bem assim por intermédio de parentes destes até o segundo grau e
respectivos cônjuges, se a participação societária for de pessoa física."
Art. 10. Ficam sujeitos
ao IPI, à alíquota zero, independentemente de sua forma de apresentação,
acondicionamento, estado ou peso, os produtos relacionados nos Anexos IV e V.
Art. 11. Serão
tributados independentemente sua forma de apresentação, acondicionamento estado
ou peso:
I - à alíquota de dez por cento, os
produtos dos códigos 2309.90.0501 e 2309.90.0503 da TIPI;
II - à alíquota zero, os demais produtos do código 2309.90 da TIPI.
Art .
12. O § 3º do art. 25 da Lei nº 4.502/64, com a redação dada
pelo art. 1º. do Decreto-Lei nº 1.136,
de 7 de dezembro de 1970, passa a vigorar com a seguinte redação:
"§ 3º. O Regulamento disporá sobre a anulação do crédito ou o
restabelecimento do débito correspondente ao imposto deduzido, nos casos em que
os produtos adquiridos saiam do estabelecimento com isenção do tributo ou os
resultantes da industrialização estejam sujeitos à alíquota zero, não estejam
tributados ou gozem de isenção, ainda que esta seja decorrente de uma operação
no mercado interno equiparada a exportação, ressalvados os casos expressamente
contemplados em lei."
Art. 13.
O "desinfetante ou semelhante, com propriedades acessórias odoríferas, ou
desodorizantes de ambientes", do código 3808.40.0100 da TIPI, fica sujeito
ao IPI à alíquota de trinta por cento.
Art. 14. (Revogado pela Lei nº 8.850, de 1994)
Art. 15. O art.
14 da Lei nº 4.502, com a alteração introduzida pelo art. 27 do Decreto-Lei nº. 1.593, de 21 de
dezembro de 1977, mantido o seu inciso I, passa a vigorar a partir de 1° de
julho de 1989 com a seguinte redação:
"Art. 14. Salvo disposição em contrário, constitui valor
tributável:
I
- ..........................................
II
- quanto aos produtos nacionais, o
valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento industrial
ou equiparado a industrial.
§ 1º. O valor da operação compreende o preço do produto, acrescido do
valor do frete e das demais despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo
contribuinte ao comprador ou destinatário.
§ 2º. Não podem ser deduzidos do valor da operação os descontos,
diferenças ou abatimentos, concedidos a qualquer título, ainda que
incondicionalmente.
§ 3º. Será também considerado como cobrado ou debitado pelo
contribuinte, ao comprador ou destinatário, para efeitos do disposto no § 1º, o
valor do frete, quando o transporte for realizado ou cobrado por firma
coligada, controlada ou controladora (Lei nº. 6.404) ou interligada
(Decreto-Lei nº. 1.950) do estabelecimento contribuinte ou por firma com a qual
este tenha relação de interdependência, mesmo quando o frete seja
subcontratado."
§ 4º. Será acrescido ao valor da operação o valora das matérias-primas,
produtos intermediários e material de embalagem, nos casos de remessa de
produtos industrializados por encomenda, desde que não se destinem a comércio,
a emprego na industrialização ou no acondicionamento de produtos tributados,
quando esses insumos tenham sido fornecidos pelo próprio encomendante,
salvo se se tratar de insumos usados."
Art. 16.
Não será exigida diferença de imposto, nem aplicada penalidade aos que, até a
data de início de vigência desta Lei, hajam procedido de acordo com a
sistemática de cálculo do imposto instituída pelo Decreto-Lei nº. 2.444, de 29 de julho de 1988.
Art. 17.
A partir de 1º de julho de 1989 ficam revogados a Observação 1ª à alínea V da
Tabela anexa à Lei nº 4.502,
com a redação dada pelo art. 2º do Decreto-Lei nº. 1.133, de 16 de novembro de
1970, e o art. 1º do Decreto-Lei nº 1.292, de 11 de dezembro de 1970.
Art. 18.
Revogam-se os arts. 1º e
2º do Decreto-Lei nº 1.437, de 17 de dezembro de 1975, os arts. 20, 21
e §§ 1º e 2º
do art. 28 do Decreto-Lei nº 1.593, de 21 de dezembro de 1977, e demais
disposições em contrário.
Art. 19.
Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.