Melhora no cenário foi influenciada, principalmente, pela redução nos custos tributário e de capital. Retração do indicador melhora a competitividade da indústria nos mercados doméstico e externo
Influenciado pela queda nos custos tributário e de capital, o Indicador de Custos Industriais caiu 0,9% no terceiro trimestre, em relação ao trimestre anterior. Quando comparado ao mesmo período de 2018, a redução foi mais expressiva: 2,1%. Segundo o estudo, divulgado nesta segunda-feira (16), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), houve ganhos de lucratividade e de competitividade para a indústria no período, tanto no mercado doméstico como no externo.
Praticamente todos os componentes do indicador caíram, na comparação com o segundo trimestre, mas o que apresentou maior retração foi o de custos tributários. O índice foi 3,9% menor, influenciado pelo crescimento do PIB industrial, cuja expansão foi maior em proporção ao aumento da arrecadação. “A retração do custo tributário pode estar relacionada ao fato de a arrecadação tributária não ocorrer simultaneamente à produção, o que faz com que, em momentos de retomada do crescimento da produção, o PIB industrial cresça antes da arrecadação”, explica o estudo.
O custo com capital de giro, por sua vez, atingiu o segundo menor valor da série, iniciada em 2006, ao cair 3,7%, em relação ao segundo trimestre. “A queda da taxa básica de juros (Selic) reduz o custo de captação dos bancos, permitindo que eles repassem a redução de custo, ao menos em parte, aos tomadores de empréstimo. Adicionalmente, a queda da Selic reduz a rentabilidade dos títulos da dívida pública, o que faz com que os bancos emprestem menos para o governo e mais para o setor privado, ou seja, para as famílias e para as empresas. O aumento da oferta de crédito também contribui para a redução dos juros.”, afirma a economista da CNI Maria Carolina Marques..
COMPETITIVIDADE – O terceiro componente do indicador, o Índice de Custo de Produção apresentou queda de 0,3%. A redução foi influenciada, principalmente, pela retração do custo com energia, que ficou 2,5% abaixo do registrado no segundo trimestre de 2019. O comportamento se deve à queda de 11,5% no preço do óleo combustível, insumo energético utilizado, principalmente, no transporte de matérias-primas e de produtos finalizados.
O comportamento dos custos industriais representou ganhos de competitividade para a indústria brasileira. Se, por um lado, o custo de produção de manufaturados apresentou queda, o preço dos produtos importados que competem com a indústria brasileira no mercado doméstico aumentaram 0,7% no período. Além disso, o preço em reais dos manufaturados nos Estados Unidos também subiu, “indicando que os produtos que competem com as exportações brasileiras no mercado externo também ficaram mais caros”, analisa o estudo.
Fonte: portaldaindustria.com.br