Encontro faz parte da agenda do MDIC para promover Zonas de Processamento de Exportação brasileiras
Brasília (29 de setembro) – Os representantes da empresa administradora da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Pecém, se reuniram, nesta quinta-feira (28), com o embaixador do Japão no Brasil, Akira Yamada, para apresentar oportunidades de investimento nesta área alfandegada.
O encontro faz parte das ações de fomento à implantação e desenvolvimento das ZPEs brasileiras promovidas pelo Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE), presidido pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Na reunião, a secretária-executiva do CZPE, Thaise Dutra, apontou tratativas do Conselho com a Câmara de Comércio e Indústria Japonesa (Ccijb) e Agência de Promoção de Investimentos do Japão (Jetro, na sigla em inglês), que, em julho, enviou representantes à ZPE cearense. Após essa visita, o escritório da Jetro em São Paulo produziu um estudo sobre as potencialidades da Zona de Processamento, que foi posteriormente divulgado ao empresariado japonês.
O presidente da Companhia Administradora da ZPE de Pecém, Mário Lima, afirmou ao embaixador Yamada que a experiência cearense é um exemplo de sucesso do regime brasileiro de Zonas de Processamento de Exportação, com ampla infraestrutura logística, que engloba o Porto do Pecém e o Aeroporto Internacional de Fortaleza (CE). Ele também destacou o impacto positivo da instalação das quatro plantas industriais na ZPE: os investimentos somaram US$ 5,5 bilhões e foram gerados aproximadamente 17 mil postos de trabalho diretos e indiretos.
Na avaliação do embaixador Yamada, para estimular a parceria entre Brasil e Japão, é fundamental a prospecção das oportunidades de investimentos existentes no país, com a coleta de informações e a visita in loco dos técnicos e empresários japoneses aos estados brasileiros. Ao final da reunião, ele disse ter interesse em visitar a ZPE de Pecém em breve.
Zonas de Processamento de Exportação
As Zonas de Processamento de Exportações são áreas de livre comércio com o exterior destinadas à instalação de empresas com produção voltada à exportação. Para efeito de controle aduaneiro, as ZPEs são consideradas Zonas Primárias.
Como instrumento de política industrial, as Zonas buscam fortalecer a balança de pagamentos, atrair investimentos estrangeiros, fortalecer a competitividade das exportações brasileiras, gerar emprego e difundir novas tecnologias no País.
As empresas que se instalam em ZPE têm acesso a tratamento tributário, cambial e administrativo específicos. Para a aquisição de bens e serviços no mercado interno, há suspensão da cobrança do IPI, Cofins e PIS/Pasep. Nas exportações, também são suspensos o Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (Afrmm) e o Imposto de Importação (II).
As importações e exportações as empresas autorizadas a operar no regime das ZPEs contam ainda com dispensa de licença ou de autorização de órgão federais, com exceção das normas de ordem sanitária, proteção do meio ambiente e segurança nacional.
Além desses incentivos, os empreendimentos instalados em ZPEs localizadas no Nordeste e Norte (Amazônia Legal) têm acesso a outros benefícios fiscais previstos no âmbito das Superintendências de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e da Amazônia (Sudam), entre eles a redução de 75% do Imposto de Renda.
Alguns estados, como é o caso do Ceará, também têm oferecido incentivos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços), conforme o Convênio ICMS nº 99/1998 do Conselho Nacional de Política Fazendária.
Em contrapartida a esse pacote de benefícios oferecidos pelo governo, as empresas que operam em ZPE devem auferir 80% de sua receita bruta anual com exportações. Sobre as eventuais vendas para o mercado brasileiro incidem integralmente todos os impostos e contribuições exigíveis pela legislação brasileira.
Um dos principais diferenciais do regime das Zonas de Processamento de Exportações é a maior segurança jurídica oferecida às empresas. Os incentivos previstos aos projetos industriais instalados em ZPE são assegurados pelo prazo de até 20 anos.
ZPE do Pecém
A ZPE do Pecém conta com quatro plantas industriais: Companhia Siderúrgica do Pecém, Vale Pecém, Phoenix Pecém e Praxair White Martins.
Com menos de um ano de operação, a ZPE já foi citada na publicação FDI Intelligence, do jornal britânico Financial Times, como um projeto altamente recomendável a investidores estrangeiros. Ela obteve a melhor avaliação na categoria Grandes Arrendatários na América Latina e Caribe (Winner – Large Tenants – Latin America and Caribbean: Ceará Free Trade Zone, Brazil). Também recebeu menções honrosas em três categorias: apoio à educação e capacitação (Commended for supporting education and training), infraestrutura (Commended for infrastructure upgrades) e possibilidade de expansão (Commended for expansions).
A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), projeto âncora dessa ZPE, tem como acionistas a Vale (50% das ações) e as sul-coreanas Dongkuku Steel (30%) e Posco (20%). Com investimentos iniciais de cerca de US$ 5 bilhões, a usina iniciou suas operações em agosto de 2016.
Exportações
De janeiro a agosto deste ano, o Ceará exportou US$ 627,28 milhões de produtos semimanufaturados de ferro ou aço, o que representou 49% de sua pauta exportadora. O Estado passou a ser a 3ª unidade da federação na produção desse produto, com 23,6% da participação total brasileira. Em 2016, o estado estava em 4º lugar neste ranking, com apenas 6,6%.
Acesse aqui os dados da balança comercial do Ceará
Fonte: mdic.gov.br