Dois países chegaram a um acordo, após cinco anos de negociação, de um novo certificado sanitário
O mercado argentino foi reaberto à carne bovina in natura brasileira, após cinco anos de negociações entre as autoridades sanitárias dos dois países. “Mais do que o tamanho do mercado importador argentino, o ativo fundamental dessa reabertura é a sinalização dada a terceiros países de que o nosso produto tem livre circulação no Mercosul, também do ponto de vista sanitário”, diz o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Odilson Luiz Ribeiro e Silva.
De acordo com ele, a medida tomada pela Argentina deve ter impacto direto nas negociações em andamento entre o Mercosul e a União Europeia para estabelecer um acordo de livre comércio.
As exportações de carne bovina in natura brasileira estavam embargadas para a Argentina desde 2012, quando o Brasil notificou à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) um caso suspeito de EEB (encefalopatia espongiforme bovina), conhecida como doença da vaca louca.
Embora a OIE tenha informado, em dezembro daquele ano, que o Brasil apresentava risco insignificante para a enfermidade, apenas agora a Argentina chegou a acordo para um novo certificado sanitário.
Na semana passada, após meses de intensa negociação entre as autoridades sanitárias de Brasil e Argentina, o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentaria (Senasa) da Argentina autorizou a volta da operação do mercado de carne bovina in natura, por meio do certificado sanitário acordado entre os dois países.
Segunda a adida agrícola do Mapa em Buenos Aires, Eliana Valéria Covolan Figueiredo, a carne bovina argentina é conhecida mundialmente por sua qualidade e histórico de produção e o país importa quantidades muito pequenas do produto. Nos últimos três anos, a média de importação total anual foi de apenas 140 toneladas, segundo dados do Aliceweb Mercosul.
“A carne brasileira, por seu preço competitivo, encontrará espaço no mercado argentino, tanto pelos cortes diferentes dos locais, quanto pela matéria-prima para indústrias processadoras de embutidos e hambúrgueres”, salienta a adida agrícola.
Fonte: agricultura.gov.br