Brasil quer reconquistar confiança do mundo, diz presidente

“O Brasil é um país aberto ao mundo, em busca de parcerias com todos os que tenham interesse de trabalhar pela prosperidade, pela paz e pela liberdade”, afirma Bolsonaro

publicado: 24/09/2019

Em discurso durante a 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas nesta terça-feira (24), o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que o governo está trabalhando para reconquistar a confiança do mundo diminuindo o desemprego, a violência e o risco para os negócios.

“Em busca de prosperidade, estamos adotando políticas que nos aproximem de países outros que se desenvolveram e consolidaram suas democracias”.  O presidente destacou que, ao longo do ano, foi estabelecida uma agenda internacional para resgatar o papel do Brasil no cenário mundial e retomar as relações com importantes parceiros. Entre os destinos mencionados estão Suíça, durante Fórum Econômico Mundial; Washington, nos Estados Unidos; Chile; Israel e Argentina.  

Bolsonaro adiantou que ainda este ano visitará importantes parceiros asiáticos, tanto no Extremo Oriente quanto no Oriente Médio. “Essas visitas reforçarão a amizade e o aprofundamento das relações com Japão, China, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Catar. Pretendemos seguir o mesmo caminho com todo o mundo árabe e a Ásia”, afirmou.

“Também estamos ansiosos para visitar nossos parceiros, e amigos, na África, na Oceania e na Europa. Como os senhores podem ver, o Brasil é um país aberto ao mundo, em busca de parcerias com todos os que tenham interesse de trabalhar pela prosperidade, pela paz e pela liberdade”, ressaltou.

Acordos Internacionais

O presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil está abrindo a economia e se integrando às cadeias globais de valor. “Em apenas oito meses, concluímos os dois maiores acordos comerciais da história do país, aqueles firmados entre o Mercosul e a União Europeia e entre o Mercosul e a Área Europeia de Livre Comércio, o EFTA. Pretendemos seguir adiante com vários outros acordos nos próximos meses”.

Mercosul – EFTA

De acordo com o Ministério da Agricultura, o acordo de livre comércio firmado entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), bloco integrado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, prevê acesso preferencial para os principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil, com a eliminação de tarifas ou concessão de cotas.

Alguns dos produtos que serão beneficiados com o acordo são: carne bovina, carne de frango, milho, farelo de soja, melaço de cana, mel, café torrado, frutas e sucos de frutas. Com um PIB de US$ 1,1 trilhão e uma população de 14,3 milhões de pessoas, a EFTA é o nono maior ator no comércio mundial de bens e o quinto maior no comércio de serviços. 

O Ministério da Economia estima que o acordo Mercosul- EFTA irá incrementar o PIB brasileiro em US$ 5,2 bilhões  em um período de 15 anos.

Mercosul – União Europeia  

Negociado há 20 anos pelos dois blocos, o acordo reúne um mercado consumidor para bens e serviços de 780 milhões de pessoas, além de 25% da economia mundial. Isso somando os 28 países que formam a União Europeia e Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, do lado do Mercosul.

Economia

O ministério da Economia calcula que a economia brasileira vai sofrer um impacto positivo de US$ 125 bilhões em 15 anos com o acordo.

Por meio dele, o Mercosul vai liberalizar 91% de suas importações da União Europeia em 10 anos. Já a União Europeia vai liberalizar 92% de suas importações do Mercosul no mesmo período. Produtos sensíveis, como automóveis de passageiros, vão exigir um tempo maior para zerar as tarifas, de 15 anos. Neste período de carência o Mercosul terá, por exemplo, uma quota de importação de 50 mil veículos por ano com tarifas menores.

Agricultura

Brasil e os outros países sul-americanos terão maior acesso ao mercado europeu para produtos agrícolas, especialmente carne bovina, aves, açúcar e etanol, com a perspectiva de se zerar as tarifas para suco de laranja, café instantâneo e frutas.

Compras Governamentais

Excluindo setores sensíveis de ambos os lados, o acordo prevê tratamento igual para empresas brasileiras e europeias em compras governamentais. Isso vai permitir a empresas nacionais acesso a um mercado de licitações da União Europeia que movimenta US$ 1,6 trilhão por ano.

Propriedade Intelectual

Na área de propriedade intelectual, o acordo prevê que 355 produtos europeus serão protegidos, como champanhe, conhaque, queijo parmesão e presunto de Parma. Do lado do Mercosul, a proteção recai sobre 220 itens, como os nacionais cachaça de Paraty e o queijo da Serra da Canastra.

Implantação

Neste momento o acordo está passando por uma revisão jurídica. Para estar totalmente implantado, há a necessidade da ratificação pelos Congressos de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, do lado do Mercosul, e pelo Parlamento Europeu, além dos parlamentos dos 28 países da União Europeia, o que pode levar até dois anos para ocorrer.

Fonte: gov.br/planalto